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Passos para a Evolução da Consciência

Atualizado: 31 de ago. de 2022

Não basta ter um desejo de evolução. O desejo é uma coisa efêmera, mutável, inconsistente. Mas, quando o desejo vira paixão, ele se fortalece, e quando se alia a uma intenção, se torna poderoso. Logo, a intenção, quando é uma paixão bem direcionada, torna-se capaz de qualquer esforço e de uma disciplina interna para obter os seus resultados.


Ainda assim, intenção + esforço pode ser insuficiente se faltar a conexão com aquela dimensão superior que chamamos de Divino. E por que é tão importante essa conexão? Porque dessa conexão resulta a Graça, um dom misterioso que só se manifesta quando há uma entrega total e absoluta ao Ser. Logo, podemos esquematizar esses passos da seguinte maneira:




Ø A CLAREZA GERA A INTENÇÃO.


Todas as tradições afirmam: “pedi e obtereis”. Mas todos afirmam também que existem algumas condições para que isto se dê. Primeiramente, é preciso ter clareza sobre o que se deseja. Essa clareza é resultado de se sentir tomado pelo desejo, que vira paixão. Não somos nós que a temos, ela é que nos tem. A clareza é resultante desse estado de paixão.


Ø A INTEGRIDADE SUSTENTA O ESFORÇO.


Em seguida vem a integridade, que é conseqüência da autenticidade, da coerência interna. Não existe integridade quando os desejos estão confusos, quando se sabota o próprio esforço pessoal e o egoísmo toma conta da personalidade. A integridade é um estado de clareza e transparência da personalidade.


Ø O PEDIDO É A CONEXÃO COM A GRAÇA DIVINA.


E finalmente, é preciso pedir. O pedido é o momento em que se estabelece a conexão com o divino, quando nos abrimos para a dimensão quântica do universo. A gratidão é o coroamento de todo esse processo. Quando nós pedimos, os deuses nos escutam.


O próximo passo é se libertar da escravidão da mente, conhecer o estado iluminado de consciência e aprender a manter esse estado na vida cotidiana. A mente (pensamentos e emoções) é o maior obstáculo ao despertar. Pode parecer que a palavra ‘iluminação’ seja algo sobre-humano, um estado de consciência dos místicos e dos santos. Mas é algo que está disponível para nós nesse momento, pois significa apenas sentir-se em unidade com o Ser. Este é o estado de conexão com o Sagrado.


A iluminação consiste em encontrar a verdadeira natureza do Ser por detrás da forma e dos nomes que damos às coisas. Nós nos viciamos em falar sobre as coisas, e isto criou a ilusão de que estamos separados delas. Nós nos vemos através das lentes dos ‘mantras’ com os quais nos definimos. São mantras criados por nós e criam o nosso destino. Com essa estratégia da mente, criamos um mundo totalmente fictício e imaginário, onde o Ser já não cabe mais.


Só conseguimos apreender o Ser quando a nossa mente está serena e voltada para o momento presente, para o Agora. Não podemos compreendê-lo mentalmente, apenas senti-lo. É o ruído mental que cria o maior obstáculo para vivenciar a realidade do Ser. Quando nos identificamos com a mente, criamos uma tela de conceitos, rótulos, imagens, palavras, julgamentos e definições que bloqueia toda a percepção do que É verdadeiramente, o Ser.


“ Dê o primeiro passo nesse exato momento. Comece a prestar atenção ao que a voz diz, principalmente aqueles padrões repetitivos de pensamento, aquelas velhas trilhas sonoras que você escuta dentro da sua cabeça há anos. É isso que significa “observar o pensador”. Ouça a voz dentro da sua cabeça, esteja lá presente, como uma testemunha. Seja imparcial ao ouvir a voz, não julgue nada. Não julgue ou condene o que você ouve, porque fazer isso significaria que a mesma voz acabou de voltar pela porta dos fundos. Você logo perceberá: lá está a voz e aqui estou eu, ouvindo-a e observando-a. Sentir a própria presença não é um pensamento, é algo que surge de um ponto além da mente”. (Eckhart Tole).


Quando o fluxo de pensamentos diminui, começamos a tomar consciência de nossa ‘mente vazia’, e aí começa o estado de pura consciência. Começamos a ter percepção da “presença”, e começa a brotar, sem motivo algum, um sentimento de profunda paz interior, de serenidade, e uma sutil emanação de energia que é a alegria do Ser. Tudo isso é fonte da mais perfeita saúde física, mental e psicológica.


Como é que se faz para dominar a mente e interromper o fluxo dos pensamentos? Apenas se tornando um “observador” de seus pensamentos. Sem julgamentos. Torne-se uma testemunha de seus pensamentos. Do mesmo modo, quando surge uma emoção, torne-se um “observador” dela, mesmo que ela esteja se manifestando em seu corpo, como uma forte raiva, medo, ansiedade, angustia. Apenas observe.


Ao observar um pensamento ou uma emoção, você descobre que não é o pensamento nem a emoção. Você é o observador, a presença que observa. Veja o que Eckhart Tolle diz a respeito:


“Uma emoção, em geral, representa um padrão de pensamento amplificado e energizado. Por conta da carga energética quase sempre excessiva que ela contém, não é fácil, a princípio, termos condições para observá-la. A emoção quer assumir o controle, e quase sempre consegue, a menos que você esteja presente e alerta. Se você for empurrado para uma identificação inconsciente com a emoção, ela se tornará, temporariamente, “você”.


Mas, e a alegria? E as emoções positivas, como o amor, o entusiasmo? Essas emoções surgem quando a mente fica “sem palavras”, como por efeito de uma beleza muito intensa, uma situação muito envolvente, ou até mesmo diante de um perigo muito grande. De repente, se instala uma imensa serenidade interior. E dentro dessa serenidade, uma emoção de alegria sutil, de amor, de paz. Por isso, as emoções positivas não são sentimentos, são estados do Ser, são aspectos que refletem que você está vivenciando a Presença, o Agora, o Ser.


O único meio de nos libertarmos do sofrimento é através da consciência. Para Eckhart Tolle, existem dois tipos de sofrimento: um é o que nós criamos neste momento, e o outro é que nos criamos no passado. Ambos são produto de uma criação ilusória da mente: o tempo. Mente e tempo são inseparáveis.


Como deixar de “criar” tempo? Tendo uma profunda consciência de que tudo que temos é o momento presente. Durante toda nossa vida fomos acumulando resíduos de sofrimento emocional em nossa mente e em nosso corpo. Essa energia negativa fica latente, e transforma-se numa entidade invisível, com características próprias, às quais damos o nome de “eu’, personalidade, persona, tendências, etc.


Quando somos dominados por um sentimento, nós nos tornamos aquela emoção. Não há consciência, estamos à mercê de algo que nos possui. Este é o significado da palavra “inconsciência”, estar identificado com um padrão mental ou emocional que nos domina. Isto implica uma ausência completa do observador.


Por isso, para desmontar essa engrenagem que nos aprisiona ao passado (lembranças e mágoas armazenadas), é preciso manter-se em estado de alerta consciente, observar o sofrimento, reconhecer e aceitar que está sentindo aquela emoção. Não tentar pensar a respeito,, não julgar nem analisar. Apenas, esteja presente e observe o que está acontecendo. Torne-se consciente da presença de “alguém que observa”.


“Estar identificado com a mente é estar preso ao tempo. É a compulsão para vivermos quase exclusivamente através da memória ou da antecipação. Isso cria uma preocupação infinita com o passado e o futuro, e uma relutância em respeitar o momento presente e permitir que ele aconteça. Temos essa compulsão porque o passado nos dá uma identidade e o futuro contém uma promessa de salvação e de realização. Ambos são ilusões” (Eckhart Tolle).


Para nós, que estamos habituados a viver na mente, espanta a afirmação de que nada existe fora do Agora. De fato, se pensarmos que o passado é apenas memória de nossa mente, e o futuro é um momento imaginado, uma projeção de nossa mente, nós fazemos isso no Agora. Ou seja, pensamos no passado e no futuro-- no Agora...!


Diz o evangelho: não vos inquieteis pelo dia de amanhã, por que o dia de amaná cuidará de si mesmo”. No Agora, na ausência do tempo, todos os nossos problemas se dissolvem. Temos de aprender a usar o “tempo do relógio”, este sim, necessário para nos organizarmos na vida; mas dissolver o “tempo psicológico”, que é apenas a nossa identificação com as memórias do passado e com as projeções compulsivas no futuro.


O futuro é quase sempre uma réplica do passado. Só a qualidade de nossa percepção no presente é que pode determinar um novo futuro, criativo e diferente do passado. Toda e qualquer mudança começa no Agora. Este é o verdadeiro salto quântico da consciência. Tudo que fazemos com alegria, leveza, naturalidade, o fazemos com o sentido de Presença. Este é o maior indicador do seu nível de consciência, o modo como você lida com os desafios de sua vida.


O estado de Presença significa estar com a atenção concentrada no campo energético interior do corpo. A consciência do corpo nos mantém presentes, pois ela nos dá uma base firme no Agora. A Presença é necessária para tomarmos consciência da beleza, do aspecto sagrado da natureza. A essência da natureza só se transmite no silêncio da mente.

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