Yoga e meditação são práticas milenares que estão auxiliando até mesmo estudantes do fundamental e universitários a enfrentar a pressão, o estresse, prazos e desafios da formação.
De acordo com dados do IBGE, apenas 15,7% do brasileiros com mais de 25 anos de idade possui ensino superior completo. A rotina pesada, com altos níveis de cobrança e pressão social, pode tornar a experiência universitária um pesadelo para parte dos alunos. Como estratégia para combater esse cenário, inúmeras instituições de ensino tem adotado a prática de aulas de meditação e yoga, como por exemplo aEscola de Engenharia de São Carlos (EESC) da USP, que deu início ao projeto Cultura do Bem-Estar: Práticas para uma vida acadêmica saudável. “É a concretização de um objetivo que já tínhamos de oferecer um espaço onde os alunos possam pensar em outras coisas além das obrigações acadêmicas, e é também um espaço de interação com outros colegas”, afirma Paulo Sérgio Varoto, diretor da EESC. Ele conta que a ideia começou há mais de um ano, quando a coordenadora do projeto, a professora Patrícia Silva Leme, fez uma viagem para países da Ásia, onde formou-se professora de ioga. De acordo com a professora Patrícia, a meditação ajuda a melhorar a concentração e a estabilidade emocional, diminuindo o estresse e proporcionando bem-estar de modo geral. “Quanto ao yoga, além de contribuir com os exercícios meditativos, é também um exercício físico, com benefícios para a respiração, flexibilidade e postura”.
Para o doutor em Ciências do Esporte, professor Marcelo de Brito, a busca pelo autoconhecimento – um dos muitos benefícios proporcionados pela meditação – é fundamental na vida acadêmica e também na pessoal, pois ao se conhecer melhor, o indivíduo pode analisar os fatos que o rodeiam de forma mais abrangente. "O acadêmico deveria ser uma pessoa muito interessada em se conhecer, em ir além da mesmice horizontal da vida".
O desejo de que todos pudessem ver as mudanças proporcionadas pela meditação na vida dos participantes do projetoMovi-Mente, criado por Marcelo, o levou a fazer a tese de doutorado. "É uma experiência que unifica", contou. Ciente dos benefícios da meditação, a
Universidade de Brasília (UNB)criou a disciplina Meditações Ativas. O objetivo é levar a prática para todas as pessoas que queiram praticar, para que possam não só se autoconhecer, mas também descobrir novidades.
As 60 vagas ofertadas para essa disciplina são amplamente concorridas, já que segundo a secretaria do curso, aproximadamente 150 pessoas tentam matricular-se a cada semestre.
No Brasil, muitas escolas também estão abraçando essa ideia. Exemplo disso, é aAnanda – Escola e Centro de Estudos, pioneira na prática meditativa no ambiente escolar na Bahia. Todos os dias, antes de abrir o caderno e pegar o lápis e a borracha, os alunos da Ananda iniciam o dia letivo com atividades diferentes, que incluem exercícios de alongamento para relaxar o corpo físico e, na sequência, exercícios de conectividade (reflexão, concentração, meditação, vibração, percepção, contemplação e exaltação)
"Desde que a Ananda foi implantada, em fevereiro de 1996, já iniciamos com a prática da meditação", destaca Carina Sales, diretora da escola. Essa iniciativa, trouxe inúmeros benefícios, entre eles, maior concentração dos estudantes, melhores condições de compreender os conteúdos exposto em sala e mais sensibilidade à questões do autoconhecimento e consciência.
Além do conteúdo curricular exigido pela Lei de Diretrizes e Bases para cada ciclo, a escola investe naeducação integral do ser humano. Lá, além de Português, Matemática, Ciências e outras disciplinas, os professores buscam despertar e expandir os aspectos físicos, psíquicos e moral para desenvolver a genialidade dos alunos. "O trabalho da consciência não pode ficar restrito aos muros da escola. Quanto mais pessoas humanizadas e conscientes, menor será o caos social", afirma Carina.
NoCLASImantemos uma prática de 20 minutos de meditação aos domingos de cursos, assim como sugerimos a prática em casa para os alunos, tendo em vista a importância desse hábito!
E você? Quanto tem praticado?
Fontes: UnB Ciência, EESC.USP e Estado de Minas (site)
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